sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Cartões Postais

 Os nossos tempos. Oh, quando o vento vinha com chuva e trovões, não eram tão maus, colocávamos nossos pés onde eles tinham que ir. Mas nunca iam.

 A alma despedaçada, seguindo próxima mas quase duas vezes mais lenta, nos meus bons tempos, sempre havia pedras de ouro para arremessar naqueles que admitiam a derrota tarde demais. Aqueles eram nossos tempos.

 E eu amarei ver esse dia, esse dia é meu. Quando nos beijarmos lá fora com os salgueiros e tocar as músicas que fizemos, elas me fizeram assim, e eu amaria ver esse dia. O dia dela era meu

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Le Moribond

 Adeus Chansuavante, eu te amei muito.
 Nós cantamos os mesmos vinhos, as mesmas meninas, as mesmas tristezas.

 Adeus Chansuavante, eu vou morrer.
 É difícil morrer na primavera, você sabe, mas deixo as flores da paz na alma. Já que você é como um pão branco.

 Quero que as pessoas riem, dancem, quero que elas se divirtam como loucas. Quero que as pessoas riem, dancem, quando me colocarem na cova.


 Adieu Chansuavant, je t'aimais bien.
 Não era o mesmo lado, não era o mesmo caminho, mas nós tentamos a mesma porta.

 Estou morrendo de vontade de morrer hoje. Enquanto estás viva, e muito mais forte que o tédio.

 Adeus Chansuavante, eu te amei muito você sabe.

Mas vou embarcar no trem rumo ao Bom Deus. Vou embarcar no trem antes de você. Mas levamos tudo o que podemos levar.

Mas deixo as flores com os olhos fechados. Afinal, já os fechei muitas vezes. Eu sei que vai cuidar da minha alma.

 Quero que as pessoas riem, dancem, quero que elas se divirtam como loucas. Quero que as pessoas riem, dancem, quando me colocarem na cova.

 Adeus Chansuavante.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Não vê como sou de verdade?

 Muitos sabem quem eu sou, mas poucos de fato me conhecem.

 -Na verdade, diria que absolutamente ninguém conhece quem eu realmente sou. Nem mesmo eu.-

 Decidi então criar este blog para jogar algumas de minhas memórias inventadas, e algumas que poderiam ser inventadas. Mas são apenas memórias. Histórias que um dia serão passadas para meus netos (ou não).

 Aqui postarei as coisas mais bizarras e melancólicas que aconteceram com meu personagem (não nescessariamente que seja eu), e que você nunca saberia por mim ou por teceiros. Sim, saberás muita coisa por terceiros, talvez até mais do que por mim.

 Gostaria muito de lhes contar tudo que vivi, tudo que escrevi, tudo que já chorei e tudo que um dia eu sonhei. Mas por ironia do destino, algumas lembranças se apagaram no tempo e no espaço. Umas eu perdi sem querer, outras fiz questão de jogar no liquidificador. Poderia lembrá-las se puxar pela memória, mas sinceramente, não quero lembrá-las. Pode vir coisas indesejáveis.

 As histórias que mais me fizeram amadurecer, as que eu algum dia quis que fossem lidas ou lembradas por alguem, mesmo que desgraçadas, eu escrevi em cantos. Mas também, por ironia do destino, eu as perdi. As escritas em folhas de papel foram maioria quiemadas. As digitadas em um computador se tranformaram em nuvens, provavelmente muito escuras e carregadas de lamentos, quando formatei meu computador. Sinto muito, mas isto foi extremamente necessário.

[...]

 Enfim, postarei aqui o que me recordar (apenas o que eu quero que você veja), e/ou minhas próximas desventuras de vida, amor, amizades e familia (as unicas coisas que posso adquirir e também perder).

 Peço-lhe que não julgue meu suposto eu pelo que você ler aqui, afinal, são apenas humildes memóras inventadas de uma pessoa que você não conhece.